O artigo escrito por Miranda expõe de forma
argumentativa a expressão do construtivismo na educação - não focando apenas em
nível nacional – mas ressaltando sua repercussão em centros internacionais.
Ora, o que se pode constatar a princípio é que toda e qualquer teoria se fixa
dentro de uma história, tendo seu viés voltado para as vicissitudes culturais e
sua postura contrária ou a favor acerca da ideologia vigente. Aqui logo entra o
fato da proeminência do sistema capitalista que influencia sobremaneira os
países emergentes e de forma especial os paises da América latina. Frente a todo este poderio econômico imposto
aos países periféricos também se vê o quanto a educação caprichosamente é
embalada pelo sistema em vigor, tendo como paradigma os moldes ascendentes das
teorias européias e hegemonia ideológica norte americana. A educação sofre suas
mudanças conforme os planos do estado nacional que não prescinde das influencia
sócio-econômica internacional.
A princípio a autora coloca as variadas formas
de se compreender o construtivismo. Para alguns teóricos acredita-se que a
relevância desta teoria teve um determinado tempo histórico de repercussão -
todavia nos tempos atuais sua influencia já não manifesta tamanha relevância
histórica. Outros setores intelectuais são adeptos da compreensão de que o construtivismo
ultrapassa a dimensão interna dos sistemas escolares e impõe seus tentáculos até
dimensões macroestruturais do sistema educativo, tornando-se uma moda meteórica
seguida de acordo com a inclinação dos educadores.
A teoria clássica da educação interpelada pela
irrupção da modernidade teve que ser reformulada, visto que o mundo globalizado
em todos os seus setores históricos também exigiu da educação nova postura em
sua estrutura pedagógica. As mudanças no parâmetro educacional têm como causa a
revolução tipológica pela qual o mundo contemporâneo foi bruscamente abordado.
Assim as “teorias psicológicas” vistas dentro de uma atmosfera educacional
buscam compreender o construtivismo de Piaget e sua influencia proeminente
sobre a educação.
Ora, o que se vislumbra com a inserção do
construtivismo supracitado é defender o argumento que o aluno não pode ser
compreendido como mero receptor do conteúdo exposto em sala; mas que ele se
torna deveras agente ativo do conhecimento, individualiza-lo é um forma de
compreendê-lo como pessoa. Esta é a abordagem pedagógica contemporânea que é
utilizada pela autora do artigo em
pauta. A temática é bastante relevante enquanto discurso
pedagógico, pois o propósito é mostrar que mesmo frente à crítica inusitada de
muitos teóricos da educação; o construtivismo se encontra marcadamente
vigoroso, vigente – contrariando as perspectivas dos que acreditavam ser apenas
um modismo fugaz. O construtivismo é focado como uma teoria que na prática que
constitui uma regressão conservadora, pois emprega a retomada da psicologia na
educação dos jovens. Este método pedagógico aborda a sala como um lugar onde
existe interação cognitiva; onde a democracia do saber pode constituir uma nova
ordem educativa que proporcionará sujeito livres e capazes de emitir ponto de
vistas seguros sobre o mundo que o cerca.
O construtivismo de Piaget tinha uma ligação
inequívoca com a evolução da sociedade, pois seguia um ritmo frenético de
mudanças. A história tinha que se adaptar as mudanças, que automaticamente se
acomodava ao surgimento das novidades do tempo com incontroláveis evoluções. A
problemática do construtivismo aparecia relacionada, ao chamado novo paradigma
de conhecimento e as políticas educacionais propostas para a América Latina.
Essa concepção viria a responder a uma exigência de racionalidade mais
instrumental (funcional, imediata, adaptativa) por parte dos processos
produtivos.
Dentro do novo panorama pedagógico que se
construía o professor e o aluno re-significado como indivíduo são reforçados
com poderes para de forma conjunta solucionar os problemas surgidos na
atmosfera educativa. O aluno transpõe o parâmetro da ação mecânica de
quadjuvante e em parceria com o professor também se torna protagonista do
saber. A pedagogia educacional é considerada como “um local específico que
vincula racionalidades políticas e as capacidades dos indivíduos”. Muda-se neste caso a pedagogia educativa que
centraliza seus propósitos didáticos no critério de “como ensinar” e não no
modelo anterior que compreendido de “o que ensinar”. Aqui o que importa de fato
não é a quantidade de conteúdos que é repassado em sala; mas a disposição
cognitiva dos alunos que inclinados a arte do conhecimento promovem a qualidade
do ensino subsidiado pelo professor.
Um fato exposto pela autora e que levanta
reflexões acerca do construtivismo se pode constatar em Goiânia, de forma bem
localizada em seis escolas. Este estilo pedagógico foi acolhido pelos
professores que prescindiram do modelo antigo ao qual conheciam de fato e por
se tratar de uma novidade pedagógica, implantavam em seus planos de aula a nova
pedagogia; todavia não tinham conhecimento de causa. Eles eram
“construtivistas” embora não soubessem os motivos mais profundos. Aqui, talvez
se leve em conta o “modismo”. Agiam de acordo com a pedagogia construtivista
que se propagou pelo país.
O professor sai da didática do monólogo de
classe, onde só ele falava, e desencadeia situações problemas para que os
alunos como protagonistas do ensino; em parceria com o professor construa novos
saberes. Estas mudanças trouxeram em si uma série de mudanças na dinâmica do
conhecimento como: maior autonomia do aluno; maior valorização no processo de
aprendizagem; maior interatividade e consequentemente muitos outros mecanismos
de saber alheia a metodologia clássica.
Nas escolas de classe média alta os modelos das
pedagogias psicológicas foram bem mais aproveitados. Ora, nas escolas de classe
baixa particular e da rede estadual e municipal não houve tamanha
receptividade; visto que existia uma estrutura pedagógica tênue, sem formação
adequada para o corpo docente.
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