sábado, 10 de março de 2012

PEDAGOGIAS PSICOLÓGICAS E REFORMA EDUCACIONAL ( Miranda)


O artigo escrito por Miranda expõe de forma argumentativa a expressão do construtivismo na educação - não focando apenas em nível nacional – mas ressaltando sua repercussão em centros internacionais. Ora, o que se pode constatar a princípio é que toda e qualquer teoria se fixa dentro de uma história, tendo seu viés voltado para as vicissitudes culturais e sua postura contrária ou a favor acerca da ideologia vigente. Aqui logo entra o fato da proeminência do sistema capitalista que influencia sobremaneira os países emergentes e de forma especial os paises da América latina.  Frente a todo este poderio econômico imposto aos países periféricos também se vê o quanto a educação caprichosamente é embalada pelo sistema em vigor, tendo como paradigma os moldes ascendentes das teorias européias e hegemonia ideológica norte americana. A educação sofre suas mudanças conforme os planos do estado nacional que não prescinde das influencia sócio-econômica internacional. 
A princípio a autora coloca as variadas formas de se compreender o construtivismo. Para alguns teóricos acredita-se que a relevância desta teoria teve um determinado tempo histórico de repercussão - todavia nos tempos atuais sua influencia já não manifesta tamanha relevância histórica. Outros setores intelectuais são adeptos da compreensão de que o construtivismo ultrapassa a dimensão interna dos sistemas escolares e impõe seus tentáculos até dimensões macroestruturais do sistema educativo, tornando-se uma moda meteórica seguida de acordo com a inclinação dos educadores.  
A teoria clássica da educação interpelada pela irrupção da modernidade teve que ser reformulada, visto que o mundo globalizado em todos os seus setores históricos também exigiu da educação nova postura em sua estrutura pedagógica. As mudanças no parâmetro educacional têm como causa a revolução tipológica pela qual o mundo contemporâneo foi bruscamente abordado. Assim as “teorias psicológicas” vistas dentro de uma atmosfera educacional buscam compreender o construtivismo de Piaget e sua influencia proeminente sobre a educação.
Ora, o que se vislumbra com a inserção do construtivismo supracitado é defender o argumento que o aluno não pode ser compreendido como mero receptor do conteúdo exposto em sala; mas que ele se torna deveras agente ativo do conhecimento, individualiza-lo é um forma de compreendê-lo como pessoa. Esta é a abordagem pedagógica contemporânea que é utilizada pela autora do artigo em pauta. A temática é bastante relevante enquanto discurso pedagógico, pois o propósito é mostrar que mesmo frente à crítica inusitada de muitos teóricos da educação; o construtivismo se encontra marcadamente vigoroso, vigente – contrariando as perspectivas dos que acreditavam ser apenas um modismo fugaz. O construtivismo é focado como uma teoria que na prática que constitui uma regressão conservadora, pois emprega a retomada da psicologia na educação dos jovens. Este método pedagógico aborda a sala como um lugar onde existe interação cognitiva; onde a democracia do saber pode constituir uma nova ordem educativa que proporcionará sujeito livres e capazes de emitir ponto de vistas seguros sobre o mundo que o cerca.
O construtivismo de Piaget tinha uma ligação inequívoca com a evolução da sociedade, pois seguia um ritmo frenético de mudanças. A história tinha que se adaptar as mudanças, que automaticamente se acomodava ao surgimento das novidades do tempo com incontroláveis evoluções. A problemática do construtivismo aparecia relacionada, ao chamado novo paradigma de conhecimento e as políticas educacionais propostas para a América Latina. Essa concepção viria a responder a uma exigência de racionalidade mais instrumental (funcional, imediata, adaptativa) por parte dos processos produtivos.
Dentro do novo panorama pedagógico que se construía o professor e o aluno re-significado como indivíduo são reforçados com poderes para de forma conjunta solucionar os problemas surgidos na atmosfera educativa. O aluno transpõe o parâmetro da ação mecânica de quadjuvante e em parceria com o professor também se torna protagonista do saber. A pedagogia educacional é considerada como “um local específico que vincula racionalidades políticas e as capacidades dos indivíduos”.  Muda-se neste caso a pedagogia educativa que centraliza seus propósitos didáticos no critério de “como ensinar” e não no modelo anterior que compreendido de “o que ensinar”. Aqui o que importa de fato não é a quantidade de conteúdos que é repassado em sala; mas a disposição cognitiva dos alunos que inclinados a arte do conhecimento promovem a qualidade do ensino subsidiado pelo professor.
Um fato exposto pela autora e que levanta reflexões acerca do construtivismo se pode constatar em Goiânia, de forma bem localizada em seis escolas. Este estilo pedagógico foi acolhido pelos professores que prescindiram do modelo antigo ao qual conheciam de fato e por se tratar de uma novidade pedagógica, implantavam em seus planos de aula a nova pedagogia; todavia não tinham conhecimento de causa. Eles eram “construtivistas” embora não soubessem os motivos mais profundos. Aqui, talvez se leve em conta o “modismo”. Agiam de acordo com a pedagogia construtivista que se propagou pelo país.
  O professor sai da didática do monólogo de classe, onde só ele falava, e desencadeia situações problemas para que os alunos como protagonistas do ensino; em parceria com o professor construa novos saberes. Estas mudanças trouxeram em si uma série de mudanças na dinâmica do conhecimento como: maior autonomia do aluno; maior valorização no processo de aprendizagem; maior interatividade e consequentemente muitos outros mecanismos de saber alheia a metodologia clássica.
Nas escolas de classe média alta os modelos das pedagogias psicológicas foram bem mais aproveitados. Ora, nas escolas de classe baixa particular e da rede estadual e municipal não houve tamanha receptividade; visto que existia uma estrutura pedagógica tênue, sem formação adequada para o corpo docente.

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